"Deficientes deveriam estar num dentro de terapia intensiva"
"Tadinha!"
"Que dó...vai ser sempre dependente de alguém!"
"Coitado...deve ser triste nascer assim,né?"
"Que vida terrível ele e a família devem levar"
"O que uma pessoa assim vai fazer dentro de um colégio?"
Já escutei e escuto tudo isso. É,não é criação. Tudo fato.
Jovem que nasceu sem braços realiza sonho de dar aulas de educação física
Carolina Tanaka Meneghel assumiu cargo de professora em Piracicaba.
Ela foi aprovada em um concurso público municipal no início deste ano.
A professora disse que o primeiro contato com os alunos foi de bastante conversa. Segundo ela, quando as crianças a viram, fizeram muitas perguntas e ficaram curiosas. “Eu expliquei para eles que nasci sem os braços, contei tudo que faço com os pés. E também falei que precisaria da ajuda deles durante as aulas. Eles me receberam muito bem e não sofri nem um tipo de preconceito. Mesmo porque falei que não aceitaria nenhum tipo de brincadeira nesse sentido."
Primeira aula
Antes de estrear na unidade de ensino escolhida por ela, Carol já se preparava para o novo desafio. “Para mim tudo é muito diferente, cheio de novidades. Eu já estava me preparando porque sabia das dificuldades que poderia enfrentar.”
Carol disse que, durante as aulas, explora bastante a fala para orientar as crianças e ensiná-las a fazer os exercícios da melhor forma. “A minha voz é minha guia. É com ela que prendo a atenção das crianças. Eu falo o que elas precisam fazer e elas fazem. Quando preciso demonstrar a forma correta de alguma atividade, que utiliza os braços peço ajuda para um dos alunos.”
A Prefeitura informou que irá contratar um auxiliar para Carol. “Eu sei das minhas limitações e sei que preciso de alguém para me ajudar com a organização dos materiais da aula e também para fazer algumas demonstrações”, comentou a professora.
A diretora da escola, Mariza Turolla Grin, contou que a chegada de Carol não alterou a rotina da unidade. “Nós não sabíamos, que a Carol viria para cá. Não a conhecíamos. No entanto, foi tudo muito natural. As crianças a receberam com muita tranquilidade. No começo ficaram curiosas, mas depois foi tranquilo. A escola precisou fazer uma adaptação simples no banheiro e nada mais”, disse a diretora.
Carol dá aulas para turmas do 1º ao 5º ano e as crianças dizem aprovar a nova professora. “Ficamos impressionados quando ela começou. Imaginei que ela daria aulas bem legais. A professora Carol ensina a gente de um jeito diferente, com brincadeiras que eu nunca tinha feito. É muito legal”, disse Victoria Barbosa da Silva, de 9 anos, e que está no 3º ano do ensino fundamental.
No dia a dia, Carol faz praticamente tudo com os pés. Ela abre portas, come, se arruma, lava louças, dirige, escreve e até é capaz de fazer "selfie". Apesar das dificuldades e da necessidade constante de adaptação, a jovem conta que nunca deixou de fazer o que sente vontade (veja abaixo vídeo com a educadora em suas atividades diárias fora da escola).
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