Veja esse exemplo de questão, tirada
da prova do último concurso para Professor de Ensino Fundamental e Educação
Infantil da Prefeitura de São Paulo (2014):
14)
Leia atentamente o trecho a seguir:
Nossa
obrigação é fazer valer o direito de todos à educação e não precisamos ser
corajos para defender a inclusão, porque estamos certos de que não corremos
nenhum risco a propor que alunos com e sem deficiência deixam de frequentar
ambientes edducacionais a parte, que segregam, discriminam, diferenciam pela
deficiência, excluem, como é o próprio das escolas especiais (MANTOAN et al.,
2006, p.26-27)
Sob
tais pressupostos, indique a alternativa que DESTOA do sentido de “excluir”.
a) A pessoa tem
dificuldades de acesso aos bens de consumo e de usufruir dos direitos básicos
como saúde, educação e lazer.
b) As variadas culturas
advindas dos diferentes grupos sociais excluem aquela pessoa que não se
identifica com a cultura de um determinado grupo.
c) O usufruto de direitos é de
todos e não somente de uma pequena parcela da população, pois existe a equidade
de condições e vida e do pleno exercício de cidadania.
d) A competitividade favorece a
não inserção daquele (a) que não apresenta as habilidades requisitadas pelo
grupo social.
e) Os padrões sociais colaboram
a não aceitação daqueles que representam um determinado perfil.
.
Agora, será que é tão difícil entender
o tema e estar preparado para essas questões objetivas e dissertativas?
Preparei então um TOP 6 de
coisas que você precisa entender para garantir esses pontinhos valiosos
em seu próximo concurso!!
1-A secretaria de educação não
quer a sua opinião!
Isso mesmo. Um
concurso não é um debate em que você dá sua opinião. Cada pergunta é pensada
para ver se você conhece a proposta da rede de ensino em que pretende
trabalhar. Se você não souber tem umas 5 mil pessoas que sabem…
Independente do que
você pense sobre a inclusão, o que precisa ficar claro quando for fazer a prova
é o que a rede pensa sobre esse assunto…e sobre os outros também.
2-
E qual é a visão atual das redes de ensino sobre a questão do trabalho
educativo com a deficiência?
A palavra da moda hoje
é a HETEROGENEIDADE. Essa heterogeneidade está baseada no conceito de
diferença, ou seja, todos os seres humanos são diferentes e dessa forma não
existe pessoa normal ou deficiente.
Importante 1 “SOMOS
TODOS IGUAIS (TODOS SERES HUMANOS). SOMOS TODOS DIFERENTES (CADA UM É DE UM
JEITO)
Importante 2 “ AS
PESSOAS NÃO SÃO DEFICIENTES, ELAS TÊM DEFICIÊNCIA”
Se todos nós somos
diferentes, para algumas coisas eu tenho mais dificuldade que você e em outras
é você quem precisa de ajuda. Assim, numa visão de diversidade/heterogeneidade
é muito bom que sejamos todos diferentes e que estejamos todos no mesmo espaço,
pois nos ajudamos e aprendemos, entendeu?
Essas diferenças podem
ser sociais (ricos e pobres, pessoas de várias origens), de gênero ( meninos,
meninas, gays, lésbicas…), de religião e também as ligadas as diversas
deficiências em seus diversos graus (deficiência auditiva, visual, ….).Por isso se defende a
diversidade e a inclusão das crianças com deficiência, pois é enriquecedor para
todos.
3-
As crianças com deficiência NÃO podem ser tiradas da sala normal, ok?
Muita gente acha que
as crianças com deficiência deveriam estar em salas separadas para serem melhor
atendidas e não atrapalhar as outras “normais”. Se você pensa assim, então
guarde isso para você, pois nenhuma rede de ensino hoje trabalha nessa
perspectiva.
Para começar temos uma
lei ( a LDB) que diz claramente que os alunos com deficiência devem estar em
sala regular (normal) e receber atendimento no contra turno. Isso quer dizer
que por lei:“Se o aluno tem alguma
deficiência que dificulta sua aprendizagem e necessita de uma atenção especial
ele deverá ir de manhã para a sala regular e a tarde ir para uma sala de
recursos (sala de AEE) por exemplo”.
E é isso, não adianta
chorar, reclamar. O detalhe aqui é que o aluno pode ter uma deficiência e não
precisar de atendimento no contra turno. Um aluno que não tenha um braço, por
exemplo, pode ter uma vida escolar sem nenhuma dificuldade, concorda?
4-
Como esperam que eu trabalhe com a inclusão dentro de sala de aula?
Essa parte é a mais
simples de dizer e a mais difícil de colocar em prática. Mas esse é um blog
para ajudar você a passar no concurso, então vamos ficar na teoria.
A criança com
deficiência tem o mesmo direito que os outros e você precisa adaptar as
atividades para que ela possa aprender também. Às vezes ela não irá aprender no
mesmo nível que os outros, mas isso não significa que naquele assunto, ela não
possa avançar.
“Exemplo: você está
trabalhando mapas e tem um aluno cego. Tinha planejado entre as atividades
pintar um mapa do Brasil para que os aluno pudessem perceber o formato. Para
adaptar a atividade para esse aluno cego, pensou em criar com ele um mapa em relevo
com massinha de modelar, ou fez um mapa vazado em papel cartão para que ele
possa aprender qual é o formato do nosso país também.”
Por isso você não pode
dizer que irá dar atividades separadas. Pois esse aluno estará sendo excluído.
5- E os médicos, psicólogos, fonoaudiólogos?
Quem estudou para ser
professor? Quem aprendeu como as crianças aprendem? Foi o Médico? Foi a fono?
Não, foi você!
Os processos de
ensinar e aprender são da competência dos pedagogos/professores e assim, quando
um outro especialista da chamada “equipe multidisciplinar” é acionado, ele pode
contribuir apenas na área dele, complementando.
Não adianta esperar
que um laudo vá resolver seus problemas. Um dia um médico me enviou um “laudo”
onde estava escrito apenas “a criança tem Sindrome de Down”. E daí?
Quem vai estabelecer
o “como” trabalhar é cada professor, até porque nenhuma deficiência é igual a
outra… O especialista irá complementar na área dele, em atendimento no contra
turno ou em tratamentos, mas isso não substituirá as suas aulas. A fono e o
psicólogo não irão ensinar seus alunos a ler e escrever.
6-
Pare de culpar a família!!
O que a mãe do
Joãozinho tem de culpa na história? É culpa dela se a pobre não consegue
alfabetizar o filho no seu lugar? É culpa do pai se ele não é fonoaudiólogo
para ajudar na gagueira do seu aluno? É culpa da avó se ela não consegue levar
o aluno na fisioterapia pois são 3 conduções e ela tem mais 2 pra cuidar? Então deixe essa
questão de lado no concurso e pelo menos na teoria assuma seu papel, ok? Já é
um bom começo.
Importante 1:
Dizer “ESCOLA ENSINA E
FAMÍLIA EDUCA” é o mesmo que dizer “NA FACULDADE EU PEDIA PRA COLEGA ASSINAR A
LISTA E IA FAZER JANTA” O cuidar, o educar e o
ensinar estão interligados (em breve escreverei sobre essa questão em
particular) e dessa forma TAMBÉM estão sob a responsabilidade da escola.
Importante 2:
Quando você passar e
assumir seu cargo, não seja aquela professora que em toda reunião, cafezinho,
encontro de professores fala mal da inclusão. É praticamente a mesma coisa que
defender o machismo. Além de ser politicamente incorreto, é uma opinião bem senso
comum, de gente que não estuda...#FICADICA
Acredito que esses são
os aspectos mais relevantes sobre inclusão/deficiência para que você possa ir
melhor no concurso.
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