Rapto das
Sabinas na origem de Roma
O Rapto
das Sabinas é uma lenda através da qual se explica a ligação dos romanos com os
sabinos ainda nas origens da cidade de Roma.
A
intervenção das Sabinas, obra de Jacques-Louis David (1748-1825) referente à
lenda presente nas origens de Roma
O Rapto das Sabinas é um episódio lendário da origem da
cidade Roma e está relacionado com a formação da população da cidade e com os
primeiros momentos de sua expansão. As principais fontes da história
encontram-se em Plutarco e Tito Lívio, que, através de trabalho biográfico e de
história da cidade, apresentaram a lenda do Rapto das Sabinas e algumas de suas
versões.
A que
parece ser a mais difundida das versões do episódio, a origem do rapto era uma
tentativa de Rômulo, o primeiro governante da
cidade, de conseguir esposas para a jovem população masculina romana. Ações
diplomáticas haviam sido tentadas com os povos vizinhos a Roma, principalmente
os Sabinos, para que fosse disponibilizada para matrimônio com os romanos parte
de sua população feminina.
Entretanto,
todos os chefes das cidades vizinhas negaram os pedidos dos romanos. O recurso
à força parecia aos romanos ser a única forma de resolver seus problemas de
descendência, pois, sem mulheres, estavam fadados a não deixar filhos, o que
colocaria em risco a recém-fundada cidade de Roma.
O Rapto das Sabinas, escultura de Giambologna
(1529-1608) feita em uma única peça de mármore
Segundo
Tito Lívio, Rômulo conseguiu dissimular sua resignação frente à negativa e
organizou um festival em honra a Netuno Equestre, o qual chamou de Consualia. A
população de cidades da vizinhança foi convidada, inclusive os membros das
classes abastadas e seus familiares. Os princípios de hospitalidade foram
respeitados no início, com os anfitriões oferecendo estadia e alimentação aos
convidados.
A
surpresa ocorreu durante a celebração do festival. Com um gesto de Rômulo,
anteriormente combinado, os jovens homens romanos lançaram-se na captura das
jovens mulheres que estavam na cidade. O rapto teria ocorrido de forma
indiscriminada. Entretanto, algumas das mais belas mulheres teriam sido
capturadas a mando de patrícios romanos por plebeus a seus serviços.
Os
convidados retiraram-se injuriados da cidade, frente à violência sofrida e à
quebra da hospitalidade com os visitantes. Expedições militares foram pensadas
para combater a ação dos romanos. As primeiras excursões contra os romanos
foram derrotadas.
Gravura de John Leech (1817-1864) mostrando
satiricamente o Rapto das Sabinas para o livro A História Cômica de Roma
Mas os
Sabinos conseguiram entrar na cidade de Roma, após uma traição de uma romana,
que desejava obter o ouro que eles carregavam em seus pulsos. O inesperado
aconteceu durante os combates. As Sabinas, que haviam sido raptadas,
intercederam no combate com o objetivo de acalmar seus maridos e parentes. Não
queriam que seus filhos e netos ficassem marcados com o estigma do parricídio,
e se alguém deveria morrer que fossem elas, a causa da guerra.
De acordo
com essa argumentação apresentada por Tito Lívio, as sabinas conseguiram pôr
fim ao conflito. Foi travado um tratado de paz, e os Sabinos passaram a compor
a população romana, que duplicou. Os chefes sabinos foram aceitos nas funções
diretivas, auxiliando, dessa forma, o fortalecimento da cidade de Roma."
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