"Eduquemos as crianças, e não será necessário castigar os homens" - Pitágoras

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Os Encantos da Arte Infantil

 Retirado deste link:


Nete Buback
Quando eu tinha 15 anos, sabia desenhar
como Rafael, mas precisei de uma vida inteira
para aprender a desenhar como as crianças”.

Pablo Picasso

Para o adulto, a arte do desenho, da pintura e escultura tem como finalidade representar a natureza, com as figurações (pessoas, animais ou coisas) obedecendo às leis das perspectivas; mas para as crianças estas leis não são consideradas, pois elas ainda são incapazes de retratar o espaço tridi-mensional.

A criança, quando pinta, desenha ou faz modelagem, não se preocupa em reproduzir o que vê, ou seguir as orientações do adulto. Ela quer, sobretudo, criar conforme seus próprios impulsos, valorizando detalhes que lhe interessam.

Na fértil e liberta imaginação infantil, as cores são de enorme importância e especial encantamento. O colorido não sofre limitações. A criança, embora não veja nenhuma vaca azul, certamente a pintará com esta cor, ou vermelha, verde, roxa etc., podendo enriquecer o visual até com uma intensa combinação de cores.

Na arte infantil também não há proporções naturais; para a criança o tamanho das figuras é determinado pela importância que ela atribui à pessoa animal ou coisa. E uma lógica própria, que nada tem a ver com a lógica dos adultos. O mundo, na arte infantil, é bastante surrealista...
A criança, ao desenhar, e isto é importante, domina as figuras, faz com elas o que bem quer. É uma relação que o adulto não consegue entender. Uma bruxa, cuja rotina é ser representada vestida de preto, voando numa vassoura, pode ser desenhada, pela criança, vestida de cor de rosa, chapéu florido, pilotando uma motoca.

O austríaco Franz Cizek, um estudioso da arte infantil, em suas observações feitas ao longo de 41 anos (1897 - 1938) chegou à convicção de que, na arte, a criança percorre três fases, até atingir a puberdade, quando perde a espontaneidade criadora e passa a aceitar as regras que lhe são impostas.

Sir Herbert Read (1893 – 1968), escritor inglês, líder do Movimento Educação pela Arte, professor em várias universidades britânicas, também analisou a força de expressão da arte infantil. Além dele, outros estudiosos observaram as seguintes fases:
“O realismo descritivo, quando a criança pinta o que sabe e não o que vê".
"O realismo visual, quando ela tenta a representação tridimensional".
"A fase entre os 13 e 14 anos, quando se acentua o interesse em copiar a natureza".
"O último estágio é o despertar artístico, ao redor dos 15 anos, fase que a grande maioria das crianças não consegue atingir".
O primeiro a perceber e dar importância à arte infantil foi o célebre pensador franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778); ele observava: "a criança não é apenas um ser pequeno em fase de crescimento, mas, também, é possuidora de uma individualidade que ela procura externar de forma as mais diversas".

Por sua vez, o médico e pedagogo suíço Édouard Claparède (1873 – 1940), fundador do Instituto Jean-Jacques Rousseau, afirmava:
“Desenho é um pedacinho da alma da criança que ela deita no papel”.
Em 1954, a Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) editou o livro "Art et Éducation", bastante ilustrado com desenhos infantis vindos de vários países.

Portanto, neste nosso século XXI saibamos entender que desenhos infantis falam, e que as crianças são tocadas por uma iluminação divina.


Centro Cultural da Justiça Federal

A importância da arte infantil foi bem avaliada pelo Desembargador Paulo Barata - quando presidia o Centro Cultural da Justiça Federal - ao dar amplo apoio ao projeto de Nete Buback de apresentar uma exposição de desenhos de crianças nos salões daquela instituição. O evento que seria realizado em 2006 não foi concretizado em razão de dificuldades temporárias, alheias ao projeto, mas que não impedem sua efetivação em futuro próximo.


2 milhões de dólares 

A imagem acima - um desenho feito por Ellen Amabile, criança de 3 anos, tem impressionante semelhança com as criações do célebre pintor norte-americano Jackson Pollock, um dos iniciadores do expressionismo abstrato que marcou a arte contemporânea na década de 1940. Um estilo conhecido como tachismo, manchismo ou action painting, pois as telas eram criadas diante do público. Em 1973, a Galeria Nacional da Austrália, em Canberra, comprou um dos trabalhos de Pollock por US$ 2 milhões.


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