E a Educação?
Por uma escola mais digna
3 Artigos Retirados do blog E A Educação?PRIMEIRO ARTIGO
O que fazer diante dessa hecatombe? Discutir o repasse de verba ou de quem é a culpa? Isso é perfumaria. O problema é geral. Não há um culpado. Todos somos culpados. O que precisamos fazer é atacar por todos os lados esse mal incrustado em nossa pele. Comecemos, casualmente, pelos professores que têm de parar e rever seu papel. Não faz mais sentido o uso da palmatória. Já passamos da era da industrialização, quando a disciplina tinha de ser rígida com o intuito de preparar o povo para trabalhar várias horas, sem poder refletir por que fazia aquilo. A função da escola era a de programar o povo para esse tipo de trabalho.
Portanto, não adianta, hoje, o professor despejar nos alunos um mundaréu de informações, regras e dicas sem contexto, e estes despejarem de volta na prova. É primordial que se tenha reflexão. Estamos na era da informação, ou pós-industrial. O maior tesouro é dispor de informações sobre como produzir, para quê, para quem e onde, isto é, encontrar a informação mais adequada para um fim. Entretanto, é essencial que se saiba discriminar a informação relevante da mera especulação.
Para seguirmos a exigência do mercado, defendo aqui uma subversão lingüística que Celso Pedro Luft pregava. O novo papel da escola é o de aprimorar a comunicação dos estudantes tanto na forma escrita quanto na oral, tanto na verbal quanto na não-verbal. E isso só será possível quando os alunos forem motivados e estiverem, constantemente, em contato com excelentes exemplos de textos (escritos, orais, verbais e não-verbais). Não é uma tarefa fácil. É árduo, é penoso. Mas isto, sim, é educação: uma construção demorada, mas sólida do cidadão.
Sem dúvida nenhuma, essa mudança será mais fácil nos lugares onde o corpo docente trabalha com mais autonomia. Onde não é preciso seguir, cegamente, uma cartilha, apostila ou livro didático. E nada melhor que o próprio professor, especialista em sua matéria, para saber como fazer essa mudança.
No entanto, que fique muito bem claro: a culpa não é dos professores. Ainda faltam os alunos e os pais. Veremo-nos na próxima oportunidade."
SEGUNDO ARTIGO
TERCEIRO ARTIGO
Por que estudar? Estudo recente feito pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) revela que mais de 70% dos jovens brasileiros não têm nível de educação para conseguir um trabalho bem remunerado. Portanto, a primeira resposta é para conseguir um bom emprego. Por outro lado, vemos que esse bom emprego não está relacionado com a força bruta do ser humano, mas sim com a inteligência, com o uso do intelecto. Então, a segunda resposta é para ficar mais inteligente.
Quando estudar? Para respondermos a essa pergunta, antes precisamos entrar em outro assunto que é a noite de sono. De acordo com o professor Pierluigi Piazzi e com uma pesquisa publicada na revista Veja (21/11/2007), é justamente durante o sono que nós armazenamos novos conhecimentos. Ou seja, ninguém aprende algo acordado; é preciso dormir para o novo conhecimento se solidificar em nossas mentes. O problema é que nem sempre gravamos o que queremos. Normalmente, ficam registrados de forma nítida na memória fatos que envolvem emoções fortes ou que são repetidos. Portanto, uma aula qualquer será fatalmente esquecida, se o aluno não se envolver emocionalmente com ela ou ficar repetindo várias vezes o conteúdo. Detalhe, essa repetição não deve ser necessariamente oral, como muitos fazem para decorar algo. O que está sendo abordado aqui é o aprendizado, não a decoreba. Outro ponto importante é a duração do sono. O ideal para adolescentes, segundo pesquisadores da Universidade Cleveland, nos Estados Unidos, é 9 horas. Menos disso pode causar obesidade, problemas de crescimento, déficit psicomotor, alteração de humor e, a grande novidade apresentada por eles, hipertensão. Voltando à pergunta inicial, a resposta é devemos estudar o dia inteiro. O primeiro passo é ter qualidade de sono: dormir cedo para acordar cedo. O segundo é ir à escola de manhã e participar ativamente das aulas. O terceiro e mais importante é revisar – estudar – o conteúdo dado de manhã na parte da tarde, isto é, deve haver uma repetição das aulas. Os que frequentam a escola de tarde devem estudar à noite. E quem frequenta à noite precisa dormir uns 40 minutos mais tarde. Estudar na véspera ou momentos antes da prova não tem valia. Você pode até tirar uma nota boa, mas certamente não aprenderá.
Quanto estudar? Ou qual deve ser a duração do estudo? Isso varia de pessoa para pessoa. Uns precisam apenas de duas horas diárias, outros mais. No entanto, o que precisa ser esclarecido é que se pode estudar o dia inteiro, mas o ideal é que, para cada 30 minutos de estudo concentrado, se faça um intervalo de 10 ou 15. O que fazer durante o intervalo? As atividades mais indicadas são: fazer exercícios físicos, ler por prazer ou diversão, tocar instrumentos, ouvir música e fazer palavras cruzadas. As menos indicadas são: ver TV (com exceção de poucos programas) e usar computador. A dica é trabalhar as outras áreas do cérebro para que, depois, possa retornar ao estudo concentrado.
Como estudar? Um velho ditado chinês diz: “Se eu escuto, esqueço. Se eu vejo, entendo. Se eu faço, aprendo”. Com mil caracteres na escrita deles, só assim mesmo para aprender. A conclusão é que devemos praticar as matérias: resolver exercícios, fazer resumos e explicar o conteúdo para alguém. Dessa maneira e com a repetição necessária, aprenderemos qualquer coisa.
Por último, não podemos deixar de frisar o valor e os benefícios da leitura, já conhecidos por todos. Além de ser o melhor exercício para o cérebro, pois tem o poder de torná-lo mais inteligente, traz conhecimento de mundo. Nenhuma cultura é inútil. E uma vez adquirida, ninguém pode lhe tirar.
Minha mensagem final é: leia! Leia como uma criança que acabou de ser alfabetizada: sentido prazer e ficando feliz. Leia tudo o que tiver vontade."
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial